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Um alerta para não estragar seu carnaval

Jéssica Ferreira
 
Apesar de o acesso e a evolução do tratamento levar ao aumento da sobrevida dos portadores do HIV/aids, não se pode perder o medo e o cuidado, pois ainda se trata de uma doença incurável e que leva à morte cerca de 12 mil pessoas ao ano no Brasil. Em Santa Cruz do Sul, de acordo com dados do Centro Municipal de Atendimento à Sorologia DST/aids (Cemas), nos cinco anos anteriores o índice de contaminados era de 70 a 80 casos, em 2014 foi fechado com 120 casos. 
Dos casos novos, o mais preocupante é que são pessoas com diagnóstico de aids e não de HIV, ou seja, pessoas que já foram hospitalizadas com a doença desenvolvida. Isso revela que as pessoas primeiramente não estão se cuidando, e também não estão procurando fazer o teste assim que passam por uma situação de risco. Segundo a coordenadora municipal de Aids, psicóloga Alzira Vaz da Silva, a maioria das pessoas que procura fazer o teste é porque estão doentes, e isso reduz muito a chance de qualidade de vida, ou seja, quanto mais doente a pessoa ficar, mais complicações vai ter em sua saúde. “De fato esse aumento é seriamente preocupante, porque as pessoas não estão se conscientizando em se cuidar, não somente no ato como principalmente em fazer o teste em caso de dúvida”, comenta Alzira da Silva.
Em relação aos testes de coleta em 2014 houve um acréscimo, justamente porque foi regularizado o teste nos postos de saúde. Isso iniciou em 2013, porém começou a “andar” em 2014. Hoje todos os postos de saúde realizam o teste de coleta. O processo se tornou mais simplificado e tranquilo de fazer, o paciente entra na sala e é feito um questionário, logo em seguida é feito o teste de coleta, e por fim após uns 15 minutos, o resultado está pronto. Antes, levava até 10 dias se para obter o resultado e era retirado no Cemas. 
Este ano o Cemas volta um olhar especial para a prevenção positiva no Carnaval. O foco é trazer mais pessoas para a coleta e assim poder diagnosticar casos recentes, com chances de responder melhor ao acompanhamento. “Vamos estar presentes não somente no dia de desfile, mas também nos ensaios de carnaval das escolas da cidade, sempre prestando auxilio e dando voz à campanha de prevenção”, ressalta a coordenadora.
Descobrir-se portador do vírus HIV pode ser um choque, porém o que muita gente não sabe, é que ter o vírus não significa estar doente de aids. Por isso, o apelo de conscientização e responsabilidade é grande. O exame de aids deve ser realizado toda vez que a pessoa passar por situação de risco, ou seja, relação sexual sem preservativo. Compartilhar drogas injetáveis também é uma forma de pegar a doença. Os casos de transmissão pelo sangue são pouco comuns, pois os bancos de sangue fazem o controle dos doadores.
 
 
Jéssica Ferreira
Alzira Vaz da Silva: “De fato esse aumento é seriamente preocupante”