Everson Boeck
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Considerada uma epidemia mundial,o Diabetes Mellitus cresce em números alarmantes e, desde 1991, o dia 14 de novembro foi instituído no calendário pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para lembrar e combater a doença. A Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul e a empresa de transporte coletivo Stadtbus, ambas através da campanha Diabetes:Proteja Nosso Futuro, promoveram diversas ações visando a prevenção da doença durante a última quinta-feira, 14 de novembro.
Durante todo o dia foram feitas várias atividades com o objetivo de envolver toda a comunidade santa-cruzense na luta contra o diabetes. Na Praça Getúlio Vargas, uma equipe de profissionais da saúde recebeu a população e prestou orientações sobre o diabetes – sintomas, riscos, complicações, tratamento, etc – e realizou medições de glicose e pressão arterial.À tarde, uma palestra com o endocrinologista João Henrique Classen abordou os diversos aspectos da doença. A palestra, aberta ao público, aconteceu no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação (Stifa).
A coordenadora do Ambulatório do Idoso, Diabéticos e Hipertenso, da Secretaria Municipal de Saúde, Zamara Silveira, explica que existem vários sintomas que alertam sobre o possível diagnóstico da doença e as pessoas não sabem. “Existem muitos sinais que alertam para a doença e não só sede e fome excessivos, como muitos pensam. Visão embaçada; fraqueza, sonolência, cansaço sem razão aparente; feridas que demoram para cicatrizar; impotência sexual, são alguns sintomas que devem ser motivos de preocupação”, esclarece.
Existe prevenção
A coordenadora do Ambulatório do Idoso, Diabéticos e Hipertenso, Zamara Silveira, afirma que existe prevenção para a doença. “Entre os fatores responsáveis pelo aumento da diabetes no mundo estão o envelhecimento da população, a urbanização crescente, o sedentarismo, dietas pouco saudáveis e a obesidade. Ou seja, a prevenção é evitar este tipo de situação realizando exercícios, alimentando-se melhor, procurando diminuir o estresse e as preocupações, enfim, tentando levar uma vida mais saudável”, orienta.
Everson Boeck
Diversas atividades orientando a população sobre a doença e realizando
medições de glicose e pressão arterial foram realizadas durante a última quinta-feira
Atendimento no município
Conforme Zamara, os pacientes diagnosticados diabéticos são atendidos por toda a rede de atenção básica do município e encaminhados para especialista em caso de necessidade. “Em todas as Estratégias de Saúde da Família (ESFs) há grupos educativos específicos para os portadores da doença e também são realizadas agendas programáticas para atendimento médico e da equipe de enfermagem, voltados ao atendimento desta população”, informa.
Nos bairros as agentes comunitárias de saúde realizam a busca ativa de novos pacientes e o acompanhamento mensal dos casos. Através de fichas são preenchidos os dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), onde já foram cadastrados 1.798 diabéticos, sendo que destes 1.148 estão em acompanhamento na rede pública.
Ambulatório do idoso, diabético e hipertenso
O ambulatório foi criado em 2009 e constitui um serviço especializado para atender pacientes residentes no centro e no interior. Hoje existem oito grupos de diabéticos, com um total de 230 participantes. O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar formada por médico, técnico em enfermagem, enfermeira, psicóloga, nutricionista e assistente social.
Everson Boeck
Secretaria de Saúde, através da equipe do Ambulatório do Idoso, Diabético
e Hipertenso, realizou medições de glicose e pressão arterial
Ônibus alerta prevenção
Desde o ano passado a empresa de transportecoletivo Stadtbus trafega em Santa Cruz do Sul com um de seus veículos adesivados com a temática da campanha “Diabetes: Proteja nosso futuro”. Segundo Cristiano Machado, coordenador de comunicação da Stadtbus, o ônibus permanece o ano todo com a campanha para lembrar a data, mas, acima de tudo, ressaltar a importância de exames periódicos.
“Também fizemos ações pontuais nesta data, como medição de pressão arterial e verificação de níveis glicêmicos”, destaca. A empresa também aposta em outras campanhas em seus ônibus, como o ônibus rosa, que lembra o mês Outubro Rosa de prevenção ao câncer de mama. Machado adianta que, no dia 1° de dezembro, será lançada em outro ônibus a campanha de prevenção à Aids.
Rolf Steinhaus
Com o ônibus da campanha na Praça Getúlio Vargas, a Stadtbus
também promoveu ações preventivas
CONHEÇA OS TIPOS DO DIABETES
O diabetes é uma doença crônica que ocorre pela dificuldade do organismo em absorver glicose (açúcar) e transformá-la em energia. Isso ocorre porque o pâncreas, órgão responsável por produzir a insulina, a qual faz a transformação da glicose em energia, não está funcionando ou funciona mal. Com o mau funcionamento do pâncreas o nível de glicose se eleva no sangue e ocorre a chamada hiperglicemia. Há três tipos de diabetes: tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional.
TIPO 1 – Também conhecida como “Diabetes Juvenil” ocorre em pessoas jovens, menos de 30 anos. Nestes casos o paciente precisa aplicar insulina diariamente, pois o pâncreas para de funcionar totalmente.
TIPO 2 – É a mais comum, conhecida também como diabetes de adulto, e corresponde a 90% dos casos da doença. Metade dos portadores, no entanto, desconhecem sua condição, uma vez que a doença é pouco sintomática. Quando presentes os sintomas mais comuns são urinar excessivamente, sentir sede em excesso, aumento de apetite, perda de peso, cansaço, visão turva e infecções frequentes.
GESTACIONAL – Durante a gravidez ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento do bebê. A placenta é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas materno, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro de resistência á sua ação. Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intra-uterino, há maior risco de crescimento fetal excessivo(macrossomia fetal) e, conseqüentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.