Muito aguardada pelo setor, a publicação no Diário Oficial da União (DOU) das Normas Técnicas Específicas (NTEs) para a produção de tabaco deverá conferir ao produto brasileiro chancela diferenciada no mercado internacional. Publicadas nesta segunda-feira, 11 de agosto, as NTEs serão um guia de como produzir, colher e beneficiar o tabaco no País, sistema conhecido como Produção Integrada. Aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as normas serão agora encaminhadas ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) que credenciará as certificadoras.
Segundo Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, o projeto PITAB (Produção Integrada do Tabaco) iniciou em 2008, culminando com a entrega da documentação ao MAPA em julho de 2010. “De lá para cá, temos aguardado esta publicação. O tabaco já é produzido de forma sustentável, mas reconhecemos que nos falta um selo oficial, como já acontece com outras culturas. Ainda há muito mitos relacionados ao setor, que perpetuam sem embasamento em dados oficiais. Esta também será é uma forma de contrapor ataques sem fundamento”, afirmou Schünke. Segundo ele, as normas não serão impositivas. “A adesão por parte dos produtores e da indústria é voluntária, caracterizando-se como um diferencial competitivo”, destacou.
Produção integrada
Trata-se da normatização dos procedimentos aplicados ao processo produtivo, através de um sistema de rastreabilidade, de modo a garantir ao mercado consumidor o nível de qualidade e segurança do produto. A partir da certificação, que se configura como tendência global irreversível, torna-se viável comprovar a origem e os métodos empregados na geração dos produtos, por meio de registros formais e auditáveis, sobre princípios de sustentabilidade dos sistemas produtivos e sua relação direta com as demandas social, ambiental e econômica. Para receber a certificação, o sistema de produção deve atender dois critérios básicos: rastreabilidade e sustentabilidade. Conheça os principais benefícios da produção integrada:
• Produtores: oportunidade para redução de custos de produção, produção diferenciada e de maior longevidade mercadológica, continuidade do sistema integrado e melhor organização da cadeia produtiva;
• Indústrias: reconhecimento em sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, oportunidade de agregação de valor aos produtos, manutenção e aperfeiçoamento do sistema integrado e geração de trabalho e renda a produtores e trabalhadores;
• Consumidores: qualidade e segurança dos produtos, resíduos conforme padrões brasileiros e internacionais, garantia de rastreabilidade e sustentabilidade dos processos.
Safra 2013/2014
Missão chinesa declara tabaco apto a ser embarcado
Divulgação/Sinditabaco
Missão iniciou em 2 de julho e foi encerrada nesta segunda-feira, 11, no Águas Claras Higienópolis
O tabaco gaúcho continua apto a ser exportado para a China. Este foi o resultado da Missão Chinesa (AQSIQ) de inspeção de tabaco safra 2013/2014, iniciada em 2 de julho e encerrada nesta segunda-feira, 11 de agosto, no Restaurante do Hotel Águas Claras Higienópolis, em Santa Cruz do Sul. A atividade de encerramento promovida pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) foi acompanhada por integrantes da China Tabaco Internacional do Brasil, técnicos da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ) da China, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), empresas associadas e membros do Serviço de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Rio Grande do Sul (SSV/MAPA/RS).
Em 2013, a China figurou como segundo maior país comprador do tabaco brasileiro: foram US$ 454 milhões embarcados. “Este encontro é um sinal de que a China continua interessada no nosso produto e certifica a qualidade e a integridade necessária para o embarque. Esperamos que as relações entre Brasil e China continuem prosperando”, disse o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, na abertura do encontro.
Segundo o chefe de inspeção da AQSIQ, Gao Zhifang, 71 amostras foram coletadas e analisadas pela equipe da Unisc com o acompanhamento do SSV/MAPA/RS. Zhifang agradeceu a cooperação mútua durante a estada no Brasil e parabenizou o produto e o processo brasileiro. “Ficamos muito satisfeitos com os resultados. Além de qualidade e integridade, o Brasil conta com um sistema eficiente de rastreabilidade e controle do produto”, disse o técnico chinês que também fez menção à ampliação do protocolo para os estados de Santa Catarina e Paraná, renovando expectativas de expansão no mercado de tabaco em breve.
Jairo Carbonari, chefe do SSV/MAPA/RS, resgatou o histórico da atividade. “Este é um encontro que hoje realizamos com tranquilidade, mas que começou em 2005 com um grande trabalho técnico. Em 2010, culminou na assinatura do protocolo que liberou o tabaco gaúcho para exportação à China. De lá para cá, temos tido avanços e uma relação consolidada, mas que é importante ser preservada”, disse Carbonari, ressaltando a qualidade técnica da equipe da Unisc que acompanhou a inspeção de forma conjunta.
O professor da Unisc, Dr. Jair Putzke, responsável pelas análises na instituição, acompanhou a delegação chinesa durante o mês que estiveram no Brasil. “Nossa contribuição vem no sentido de certificar ao governo chinês um tabaco íntegro, mas a experiência também foi uma excelente oportunidade de ampliar conhecimento, além de toda troca cultural que sempre é bem-vinda”, destacou.