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Impostos: respire fundo antes de ler!

Na semana passada, milhões de brasileiros aderiram ao Dia Nacional de Lutas, a quarta greve geral da história do Brasil. Na primeira, em 1917, a classe operária se revoltou contra os patrões que esticavam as jornadas de trabalho para abrandar os efeitos da crise causada pela Primeira Grande Guerra. Na segunda, em 1989, os brasileiros foram para as ruas protestar contra o plano de verão do Governo Sarney. Na terceira, em 1991, milhões de pessoas paralisaram suas atividades durante o Governo Fernando Collor de Mello, o “caçador de marajás”.
A novidade dessa quarta edição foi a manifestação da classe empresarial contra a elevada carga tributária cobrada no Brasil, considerada a mais alta do mundo. Conforme o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), em 2012 a arrecadação chegou a R$ 1,59 trilhão (36,27% do PIB). Isso quer dizer que o brasileiro trabalhou 140 dias apenas para pagar tributos, o que fez com que R$ 23 mil ingressassem nos cofres públicos a cada segundo. Bem disse John Pollard, político norte-americano: “Cobrar impostos é a arte de depenar o ganso fazendo-o gritar o menos possível e obtendo a maior quantidade de penas”.
Indignados, alguns empresários carregaram sacos cheios de impostos nas costas durante as manifestações e colocaram a boca no trombone contra a alta arrecadação e o mau gerenciamento dos gastos públicos. Mas você sabe quanto paga de impostos?
Então respire fundo antes de ler, pois o percentual de tributos escondidos no preço final de alguns produtos e serviços é assustador: Leite – 33,63%, café – 36,52%, margarina – 37,18%, açúcar – 40,40%, macarrão – 35,20%, molho de tomate – 36,66%, sal – 29,48%, óleo de soja – 37,18%, detergente – 40,50%, xampu – 52,35%, condicionador – 47,01%, sabonete – 42%, desodorante – 47,25%, creme dental – 42%, papel higiênico – 40,50%, medicamentos – 36%, conta de luz e telefone – 47,87%, conta de água – 29,83%, gasolina – 57,03%, álcool – 43,28%, cerveja – 56%, cachaça – 83,07%, refrigerante – 47%, água – 45,11%, computador – 38%, telefone celular – 41%, casa popular – 49,02% e mensalidade escolar – 37,68%.
Sem falar no Imposto de Renda, IPVA, IPTU, INSS, FGTS… Resumindo: o brasileiro paga, em média, 3% sobre o patrimônio, 18% sobre a renda e 23% sobre o consumo, o que dá um total de 44% do seu ganho bruto. Eu não disse para respirar fundo antes de ler?!