Cristiano Silva
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Rolf Steinhaus
Consumidor santa-cruzense enfrenta aumento significativo na inflação e busca alternativas
Mesmo com a garantia do governo federal de que a inflação cederá nos próximos meses, o crescimento da economia em ritmo lento e a inflação em alta fazem a população de Santa Cruz buscar alternativas para o aumento abusivo dos valores de mercado. Índices apresentados pelo Prof. Dr. Silvio Cezar Arend na última segunda mostram que a variação do custo da Cesta Básica Nacional em Santa Cruz do Sul foi de 2,60% no período de 6 de maio a 3 de junho de 2013, passando de R$ 264,34 para R$ 271,22. Dos 13 produtos pesquisados por Silvio, quatro apresentaram redução de preço e nove elevação.
As maiores contribuições para esta elevação do custo da Cesta Básica Nacional foram da batata inglesa (contribuição de 1,60%), da carne bovina (0,96%) e do tomate (0,64%). Neste levantamento os produtos que contribuíram para frear a elevação da Cesta Básica foram o pão francês (contribuição de –1,71%) e o café moído (–0,13%).
Com este custo para a Cesta Nacional, um trabalhador de Santa Cruz do Sul que recebeu no início deste mês o salário mínimo, precisaria ter trabalhado 88 horas para adquirir o conjunto de 13 produtos. A partir dos gastos com alimentação é possível estimar o salário mínimo necessário para o atendimento das necessidades básicas do trabalhador e de sua família. Seguindo a mesma metodologia utilizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor do salário mínimo em Santa Cruz do Sul para o mês de maio de 2013, pago no início de junho, deveria ter sido de R$ 2.261,45 para uma família composta por dois adultos e duas crianças.
A Cesta Básica Nacional relaciona um conjunto de alimentos que seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador adulto ao longo de um mês, tomando como base o Decreto Lei nº. 399, de 30 de abril de 1938, que regulamenta a Lei nº. 185 de 14 de janeiro de 1936 – da instituição do salário mínimo no Brasil. Este Decreto estabelece que o salário mínimo é a remuneração devida ao trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, às suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.
Ainda segundo Silvio, a principal causa da elevação dos preços nos últimos meses tem sido a alta de preço dos alimentos. Apesar da redução dos impostos sobre a cesta básica, a elevação por conta de quebras de safra e agora entressafra de alguns produtos, acarretou no aumento de preços ao consumidor. Além disto, a elevação da cotação do dólar nos últimos meses também contribui para isto, pois os produtos importados (e os insumos que as empresas adquirem no exterior) ficam mais caros e esta elevação dos custos das empresas é repassada ao consumidor.
Segundo Silvio, a população precisa ficar atenta para driblar o aumento dos produtos: “É importante manter a memória dos preços, procurar guardar o preço que foi pago da última vez, por exemplo, o litro do leite em caixinha quando alcança R$ 1,95 a R$ 2,00, está caro, o normal é estar abaixo disso. Agora então que passa de R$ 2,25, é muito elevado, então é importante ter essa referência histórica para poder avaliar se está elevado ou não.” No caso de alimentos, Silvio acredita que a troca de marcas pode ajudar na busca pelo menor preço: “É possível fazer trocas. No caso de outros produtos, é possível postergar a compra ou então procurar marcas com preços mais acessíveis, o que estimula a concorrência.”
Rolf Steinhaus
População precisa ficar atenta e buscar soluções para os preços abusivos