A queda média de 15,17% nas tarifas de energia em fevereiro deste ano foi a principal responsável pela redução da taxa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA, que é a inflação oficial do país, caiu de 0,86% em janeiro para 0,6% em fevereiro.
Os maiores impactos da redução das tarifas de energia em fevereiro foram sentidos pelos moradores de Goiânia, onde houve uma queda de 15,97% na energia elétrica, e Belém, onde os preços das tarifas caíram 16,57%.
Nos dois primeiros meses do ano, as tarifas de energia acumularam queda de 18,49% nos preços em todo o país. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina dos Santos, como a redução se concentrou em janeiro e fevereiro, os consumidores não sentirão mais o impacto direto dessa política governamental.
Apesar disso, de acordo com a pesquisadora, como a queda das tarifas de energia também afetou o setor produtivo nacional, os consumidores poderão sentir o impacto indireto dessa política, por meio da redução do custo dos produtos e do repasse dessa queda para o preço final ao consumidor.
Por outro lado, o aumento de 4,1% no preço da gasolina em fevereiro evitou um impacto maior da redução do custo da energia elétrica no bolso do consumidor. A alta do combustível contribuiu para que a inflação de fevereiro deste ano ficasse acima da taxa de fevereiro de 2012, que foi 0,45%.
No acumulado dos 12 meses, a inflação oficial chega a 6,31%, taxa acima dos 6,15% acumulados até janeiro. Na inflação acumulada, os alimentos e serviços têm impacto importante, com inflações de 12,48% e 8,65%, respectivamente.
“Os [aumentos de preços dos] alimentos têm como causa principal os problemas climáticos. E os serviços estão tendo uma demanda grande, principalmente por serviços mais sofisticados, como cabeleireiros, e são resultado da renda do consumidor”, disse Eulina dos Santos.
Entre os grandes vilões da inflação dos alimentos estão a farinha de mandioca, que teve aumento de preços de 16,15% em fevereiro e acumula alta de 141,33% em 12 meses, e o tomate, com alta de 20,17% no mês e 89,4% em 12 meses. (Vitor Abdala/Agência Brasil)