Fotos: Rolf Steinhaus
Mara Pante
Atravessando uma das fases mais difíceis de sua história, por conta de empecilhos governamentais à sua produção e comercialização, a cadeia produtiva do tabaco comemora um crescimento nas exportações de 26,3% em relação ao valor e 21,7% em relação ao volume embarcado no mesmo período no ano passado. Com isso, o tabaco, ao qual a Organização Mundial da Saúde vem atrelando má fama, salva o Estado de um tombo ainda maior, porque, segundo balanço da Fundação de Economia e Estatística – FEE, este amargou uma queda de US$ 761,4 milhões nas exportações nos sete primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2011.
Em julho de 2011 o valor exportado de tabaco foi de R$ US$ 191,6 milhões. Este ano o total atingiu os US$ 235,6 milhões – uma variação positiva de US$ 44 milhões. O balanço da FEE apresentado na quarta, 22, revela que o produto foi um dos que mais cresceu na pauta de exportações do Estado. As exportações de arroz e de máquinas e equipamentos também ajudaram a amenizar a queda das exportações gaúchas.
ESTADO
A variação foi de -6,2%, bem distante do crescimento de meio ponto percentual verificado no País. Mesmo tendo registrado a segunda maior queda entre os dez Estados que mais exportam, o Rio Grande do Sul exportou US$ 10,3 bilhões no período. O saldo negativo foi provocado, conforme estatísticas da FEE, pela redução de 6,3% no volume exportado pela indústria de transformação, que embarcou US$ 521 milhões a menos nos sete primeiros meses do ano. Houve redução também nas exportações da agropecuária, principalmente de soja e trigo. Com esse resultado, o Rio Grande do Sul cai para a quinta posição no ranking nacional, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
TABACO GANHA FORÇA
O presidente da Afubra, Benício Werner, comemora a relevância que o tabaco provou mais uma vez ter no setor financeiro nacional. As exportações de janeiro a julho de 2012 foram de 333.351 toneladas, enquanto no mesmo período de 2011, foram de 265.293 toneladas – um crescimento de 25,6%. “O aumento das exportações, para os produtores, é uma garantia de que o Brasil continua um país bem colocado no ranking de produtores de tabaco com qualidade, tendo a preferência dos importadores. Por outro lado, mostra que o tabaco é importante para o setor financeiro do país. Por isso, a Afubra entende que o Brasil não pode aderir às propostas que a OMS quer levar à COP5, que teriam como consequência, prejuízo aos produtores, aos trabalhadores nas indústrias e ao próprio país, tanto na balança de pagamentos como nos próprios tributos que arrecada,” pontuou o dirigente dos fumicultores.
Produto vem sofrendo perseguição implacável, deixando produtores aflitos,
mas na balança comercial comprova seu valor