Desenvolvimento Econômico: Estrutura, perseverança e políticas de longo prazo

 

 

Mara Pante

 

O secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do RS – SDPI, José Antônio Valle Antunes Junior, o presidente do Badesul, Marcelo Lopes e o coordenador adjunto da Central do Sistema Estadual para Atração e Desenvolvimento de Atividades Produtivas- SEADAP, Nery dos Santos Filho, estiveram palestrando no Quiosque nesta quarta-feira, 18, em reunião almoço convocada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul – Assemp e Novos Rumos. Vieram falar sobre como a SDPI pode auxiliar na diversificação da região.

Pontuando os setores onde a economia gaúcha se destacou em 2011 – alimentação Premium, offshore, energia eólica, semicondutores, automotivos e outros da nova economia – Antunes Junior destacou que o município “tem que se armar com estrutura local e ter perseverança estratégica e políticas de longo prazo para atrair investidores de fora”. Ele ainda elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos quatro anos em Santa Cruz em termos de atração de novos investimentos.

 

A chamada nova economia ou setores estratégicos para se investir, que vem somar-se à economia tradicional (agronegócio, vitivinicultura, grãos, avicultura e outras) inclui áreas pouco convencionais ao estado ou antes concentradas em alguns núcleos, como a indústria oceânica e o pólo naval, que era coisa restrita a Rio Grande e hoje se espalha de Cachoeira do Sul até aquele município. Atrelada a ela está o setor metal mecânico que abastece a indústria naval e fica no centro do estado. A reciclagem e despoluição, os biocombustíveis como o etanol e o biodiesel, os semicondutores, a saúde avançada e os medicamentos, a indústria da criatividade e a energia eólica são alguns focos de diversificação. 

A energia eólica já dispõe de nove parques estabelecidos no estado, gerando 282 megawatts, com projeção para 2014 de 44 parques e geração de 1,056 megawatts.

Antunes Junior da SDPI propôs a instalação de uma sala do investidor em Santa Cruz do Sul. A sala é um instrumento virtual da sua secretaria onde quem deseja empreender encontra tudo o que precisa – coordena as ações de investimento e integra os agentes do Sistema de Desenvolvimento Econômico do RS – SDPI, AGDI, Badesul e BRDE – com as demais Secretarias, o Banrisul, Prefeituras e agentes do Governo Federal.

Marcelo Lopes, o presidente do Badesul por sua vez, propôs abrir o aqui primeiro escritório do Badesul fora de Porto Alegre, “um desafio para a comunidade”, provocou.

“É preciso construir uma malha de empresas com marca e tecnologia próprias para que o Brasil honre sua posição no ranking mundial. Hoje a Coreia possui seis mil vezes mais patentes que o Brasil”, detalhou Lopes. Ele lembrou que o Rio Grande do Sul já chegou a ter 30% de indústrias em sua economia (hoje são 26%) e que os Estados Unidos amargam ter apenas míseros 16%. A Samsung coreana só em 2010 vendeu US$ 179 bilhões, quando o PIB gaúcho no mesmo período foi de US$ 139 bilhões. Com isso deixou bem claro que o município, o estado e o país precisam de indústrias.

Para o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ubiratan Trindade, o evento foi muito importante por esclarecer quais são as prioridades do estado e que também estão voltadas para a economia criativa e tecnologias de inovação. “O município está se inserindo nesse cenário, tanto que temos R$ 5 milhões já confirmados via Governo Federal e Estadual para o desenvolvimento do Parque Científico Tecnológico Regional (TecnoUnisc) em nossa universidade”, salientou. Participaram da reunião-almoço, entidades empresariais, de classe, empresários e empreendedores e secretários municipais.

À tarde, os convidados e equipe da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico visitaram empresas da cidade.