LUANA CIECELSKI
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“Palavras apenas, palavras pequenas, palavras, momento”, diz um trecho da música cantada por Cássia Eller. E elas representam, de certa forma a poesia. Palavras apenas, mas que se bem escolhidas e combinadas podem ter um sentido único, podem trazer lembranças de momentos, podem tocar a alma de cada homem. E é dever do poeta cuidar das palavras. Tratá-las bem. Usá-las bem. Escolhê-las com cuidado e carinho. Esse é, pelo menos, o pensamento do poeta Romar Beling, que lançará nesse sábado, 9 de setembro, sua terceira obra poética, o volume “A Felicidade de Estar Vivo”.
O cuidado é tanto, que a maior parte do volume já estava pronto em meados de 2012, ou seja, há cerca de 5 anos. Mas Romar deixou o texto amadurecer. “Deixei passar um tempo e fiz uma depuração dos textos, e algumas coisas mudaram, outras melhoraram. Eu gosto desse sistema. Não digo que é o mais correto, mas é o que funciona pra mim. Quero ter certeza de que o que eu publicar estará agradável ao leitor”, conta.
Dessa forma, Romar conseguiu reunir diversas temáticas no volume de 165 páginas, que está sendo publicado pela Editora Gazeta. Algumas das poesias estão intimamente relacionadas à viagens que o autor fez e essas, como ele mesmo explica, foram escritas mais no início dos anos 2000. Outras poesias, que ele classifica como mais contemporâneas, foram escritas por 2011 e 2012. Dentro dessas classificações, porém, é possível encontrar lembranças de infância, abordagem de sentimentos e sensações, reflexões sobre acontecimentos, registros de momentos.
Outra característica fortemente presente no livro são os intertextos. Leitor assíduo, Romar busca inspiração nos bons escritores que passaram por sua vida e os cita, não apenas dentro dos versos como também na abertura deles. Epígrafes e alusões à Saramago, Manoel de Barros, Eduardo Galeano, Pablo Neruda e Lygia Fagundes Telles, para citar alguns, abrem os horizontes de quem lê Romar Beling, convidam à novas leituras, ampliações de mundos.
O melhor de tudo, porém, é a simplicidade da poesia que não exige esforço de quem lê, apenas prazer. O domínio do idioma está ali. Os jogos de palavras quando não emocionam, fazem rir da esperteza de quem as colocou no papel. Consegue-se chegar facilmente no pensamento do poeta, no lugar e no tempo que ele quer que o leitor chegue. É leitura para todos. Mesmo para quem não se aventurou profundamente em poesia. Ainda.
O lançamento do livro, nesse sábado, acontece por volta das 14h30, logo na sequência do lançamento do volume “Contraforte” de Rudinei Kopp, amigo de Romar. Quem tiver interesse em adquirir o volume, porém, não precisa esperar. Ele já pode ser encontrado na Livraria Iluminura e na Cometa, ao preço de R$ 35,00. Além disso, o livro também estará exposto nas bancas da própria feira, como um convite à leitura. Porque de nada serve o poeta tratar bem as palavras, se o leitor não o fizer também.