Alyne Motta
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O chimarrão, apesar de hábito cotidiano dos gaúchos, carrega em seu íntimo mais segredos e história do que nós, meros mateadores, supomos. Trata-se de elementos que se entrelaçam de forma constante à própria história da formação do Rio Grande do Sul e de sua gente.
Ainda hoje, mantemos usos e costumes relacionados ao chimarrão, muitas vezes, sem ao menos saber de onde vêm, ou porque são feitos. Desvendar o chimarrão e sua história trará a luz, o entendimento dos motivos que nos mantêm saboreando-o diariamente, mesmo depois de mais de 500 anos de sua descoberta.
Este é o objetivo do livro “A história do chimarrão”, produzido em 1949 pelo saudoso Luiz Carlos Barbosa Lessa. Com apenas três edições, o livro busca aprofundar os conhecimentos da população gaúcha sobre essa salutar bebida, fazendo-nos rever conceitos e aprimorar o hábito.
Reprodução/MTG
Livro de Barbosa Lessa está em fase de acabamento e volta à cena através do MTG
A obra, que oferece o alargamento de horizontes e comprova que, solito ou em parceria, o melhor sabor, vem do doce mate amargo, volta à cena pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), após a liberação da viúva, Nilza Lessa. Em fase de acabamento, o livro deverá ser lançado no mês de maio.
Benefícios à saúde
Muito mais do que um hábito da população do Sul do Brasil, e dos gaúchos, principalmente, a tradição de tomar chimarrão também faz bem à saúde. Estudos comprovam que a erva-mate, que pode ser consumida como chimarrão ou chá, traz diversos benefícios às funções orgânicas.
Divulgação/RJ
História do Chimarrão mostra segredos e histórias da bebida
Os principais componentes da planta atuam como auxiliar em dietas, como diurético, digestivo e também ajudam no tratamento da fadiga funcional. De acordo com um estudo feito recentemente pela Feevale de Novo Hamburgo (RS), o mate, além de estimulante, também faz bem ao coração.
O trabalho coordenado pela biomédica da Feevale, Rejane Giacomelli, mostra que o uso diário de 100 gramas da erva-mate, no chimarrão, pode causar a diminuição de 29% dos níveis de colesterol e de 62% nos triglicerídeos, afastando os riscos de problemas cardíacos.