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A magia da dança na ponta dos pés

Alyne Motta – [email protected]

O balé é uma dança que teve origem nas cortes italianas do século XV/XVI e não se sabe ao certo de onde veio a inspiração detalhada para os seus primeiros passos. A palavra italiana “balleto” (bailinho, dancinha) originou a palavra francesa “ballet” e na época era uma diversão muito apreciada pelos nobres.
A dança chegou à França quando a princesa italiana Catarina de Médice se casou com o rei Henrique II da França. E foi a partir desse ponto que a dança começou a se desenvolver e que os franceses começaram a colocar o seu “jeito” em tudo que envolvia essa arte.

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Graciosidade, leveza e feminilidade são característica das bailarinas

Por volta do século XVIII, os espetáculos passaram a se concentrar mais na música e na dança e as bailarinas começaram a se rebelar contra os vestidos que usavam, pois limitavam os movimentos. Essa restrição fazia com que os homens ganhassem sempre os papéis de destaque nos espetáculos.
Como as coreografias cheias de saltos e giros ganhavam espaço, as mulheres tiveram que reagir. A belga Marie Ann Cupis de Camargo baixou os saltos de seus sapatos e encurtou suas saias para desenvolver melhor sua dança. Não por acaso, ela foi uma das primeiras bailarinas importantes da história.
O último momento marcante da origem do balé ocorreu no século 19, quando a italiana Marie Taglioni foi a pioneira a dançar na ponta dos pés, hoje o movimento mais identificado com o balé clássico. Ela é considerada a primeira e principal bailarina do período romântico.

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Aulas de balé para crianças são as mais procuradas

DIAS ATUAIS
O tempo foi passando, o balé foi ganhando seu espaço, e no dia 1º de setembro celebra-se o Dia da Bailarina. De forma tímida, vem em constante crescimento em Santa Cruz do Sul, com o auxílio das mídias. De acordo com a professora Luciana Souza, a dança traz graciosidade, leveza e feminilidade.
“As pessoas se mostram abertas, receptivas para o balé. É um sonho para muitas mães e muitas meninas”, explica a bailarina, que leva a arte da dança para dentro de mais de 15 escolas na cidade. “O interesse tem sido cada vez maior, pois estão perdendo o medo de dançar”, acrescenta Luciana, proprietária da Ballance.

Marina Wink

Luciana está à frente da Ballance Escola de Balé

A professora explica que a maior procura são para as turmas Baby-Class, para crianças de 3 a 5 anos. A escolha nessa idade acontece pela vontade dos pais e, à medida que vão crescendo, acabam fazendo suas escolhas. “O balé não é para qualquer um. É uma arte que requer muita disciplina”, revela a bailarina.
O balé é uma atividade completa, pois une, dança nos movimentos, disciplina na técnica, arte, músicas clássicas e contemporâneas, matemática na montagem das coreografias, concentração e superação. Para a professora Luciana, os jovens que participam são mais tranquilos para superar desafios.

PREPARAÇÃO
Uma bailarina começa sua preparação aos 6, 7 anos. É nessa idade que a técnica clássica pode ser inserida na vida da criança. “Cada idade tem sua etapa, pois precisamos respeitar os limites físicos”, explica Luciana. A idade para usar a sapatilha de ponta é entre os 11 e 12 anos com, pelo menos, 5 anos de estudos da técnica.
Embora exista uma idade para aprender as técnicas, não existe idade para dançar balé. “Quando há vontade, não existem limites”, revela a proprietária da Ballance, situada dentro do Colégio Marista São Luís, e que conta com três turmas para balé adulto, além de crianças. O contato pode ser pelo fone (51) 8233-8487.

Marina Wink

Balé Adulto mostra que não existe idade para dançar

As aulas acontecem em vários níveis, necessários para a formação das bailarinas que, ao final de cada ano, recebem certificado de conclusão. Mais do que técnicas da dança e expressão corporal, recebem conhecimento sobre a história do balé, dos clássicos, entre outras atividades.
Assim como os certificados, ao final de cada ano as bailarinas participam de um espetáculo, onde podem mostrar os conhecimentos e técnicas aprendidas. Este ano, o mesmo acontecerá nos dias 7 e 8 de dezembro, às 20h, no Auditório do Colégio Marista São Luís, e terá como tema, “A Bela e a Fera”.

O QUE A DANÇA PROPORCIONA

Paula Goelzer descobriu o balé aos 37 anos. A escolha foi por uma atividade física mais completa e transformou-se em paixão. “A dança tem glamour, uma coisa mágica”, declara a bailarina, que faz aulas na Ballance junto com suas filhas, Juliana e Fernanda, de 8 e 3 anos, respectivamente.
Assim como tem leveza e graciosidade, existe a dor, conforme afirma Julie Christine Butzke, de 15 anos. Há quase sete anos treina para ter passos precisos e delicados. “Sempre existe a dor após tirar as sapatilhas e ver os dedos avermelhados. Mas nada supera o prazer em dançar”, garante.
A variedade de sentimentos é o que faz cada um dançar. Para Michelle Loewe Schwantz, de 34 anos, o balé é recordar grandes momentos do passado. “É sentir liberdade a cada passo executado, uma leveza sem igual a cada gesto”, ilustra a bailarina, que já havia dançado por doze anos em Candelária.