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Caravana do CPERS visita Santa Cruz

Um dos grupos que visitou Santa Cruz do Sul e região nessa segunda-feira

LUANA CIECELSKI
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Percorrendo o Rio Grande do Sul desde o mês de julho a fim de discutir com a categoria e com a comunidade escolar os rumos da educação pública, chegou a Santa Cruz do Sul e região nessa segunda-feira, dia 17 de setembro, a Caravana em Defesa da Educação Pública do CPERS/Sindicato. O grupo, composto por professores aposentados de diversas regiões do Estado visitou escolas e a imprensa chamando a atenção para a importância do voto consciente e bem informado. 
De acordo com o professor Mauro João Calliari, representante da direção Central do CPERS/Sindicato, o objetivo da caravana é mobilizar a categoria. Essa já é a 10ª semana de atividades e até a primeira semana de outubro todos os 42 núcleos do Estado serão visitados. “Em cada núcleo que a gente chega, nós nos dividimos em grupos e cada um fica responsável por visitar determinado número de municípios e determinado número de escolas”, explica. A caravana é formada por professores aposentados. 
“Estamos vivendo um momento difícil”, comenta Mauro. “Esse foi um governo que, diga-se de passagem, não prometeu nada e que vem brincando com nós, porque quando perguntaram para o governador sobre o piso do magistério, ele mandou a gente procurar na Tumelero”, lembrou. “Só que esse é um assunto sério. Além de pagar atrasado e sem reajuste, não se fala mais em piso, não se fala mais em aumento nem para cobrir a inflação dos últimos anos”. 
O grupo que visitou Santa Cruz, formado ainda pelas professoras Ana Paula Conti do 21º núcleo de Uruguaiana e Lúcia Maria Kroth do 18º núcleo de Santa Cruz, além da funcionária Dóris Motta Bellis do 24º núcleo de Pelotas, ressaltou também as dificuldades financeiras da categoria. “No fim do mês os professores estão indo no banco e comprando o seu próprio salário, pedindo adiantamento pagando juros por isso”, comentaram. “O governo atual diz que está com o pagamento dos salários em dia, mas isso não é verdade porque nem o 13º salário do ano passado foi totalmente pago ainda”, apontou Lucia. 
Além disso, desmotivação, problemas de saúde, excesso de carga horária, falta de vínculo com as escolas onde se dá aula (porque a maior parte dos professores dá aula em duas ou três escolas), entre outros problemas também foram citados. “Nós não queremos dizer em quem cada um deve votar nessas eleições, mas estamos aqui pra alertar sobre a existência de projetos de governo voltados para a classe trabalhadora, e para projetos de governo voltados para a elite”, comentou. “Não consideramos que nenhum governo seja incompetente. Ele pode ser desfavorável para a nossa categoria, mas para empresários e outras classes sociais ele pode ser bom”, destacou Mauro. “Cabe a cada um escolher quais são suas prioridades”, aponta o professor. “Especialmente na hora de votar”. 
Entre as cidades visitadas nessa segunda-feira, além de Santa Cruz, estiveram Venâncio Aires, Vera Cruz, Boqueirão do Leão, Candelária, Sinimbu, Rio Pardo, Encruzilhada e Pantano Grande. 

O QUE QUEREM OS PROFESSORES

– Participar do diálogo sobre a reforma do ensino médio;
– Fim da ideia de “Escola sem Partido” para que se discuta, sim, questões sociais e políticas formando cidadãos;
– Reajuste salarial que cubra pelo menos a inflação dos últimos anos;
– Pagamento do piso salarial;
– Fim do parcelamento dos salários;
– Realização de concurso público; 
– Cumprimento dos Planos de Carreira.