Alyne Motta – [email protected]
Mesmo desconhecida, o dia 28 de abril tem um significado muito importante para muitos, pois se trata do Dia da Educação. Desde o ano 2000 a data existe, porém muito ainda precisa ser comemorado, uma vez que o assunto é prioridade nos discursos e não aplicada na prática.
A ocasião surgiu quando 180 países participantes da Cúpula Mundial de Educação, na cidade de Dakar, no Senegal, assinaram um documento em que se comprometiam a não poupar esforços, políticos e financeiros, para que a Educação chegasse a todas as pessoas do planeta até o ano de 2015.
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Data serve para refletir sobre atitudes necessárias para se ter educação de qualidade
Conforme o professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado da Universidade de Santa Cruz do Sul, Felipe Gustsack, é um momento para celebrar os avanços legislativos, mas muito, pouco no que se refere aos avanços práticos.
“Queremos que o dia 28 de abril, seja um momento significativo para o país, assim como outras datas comemorativas existentes”, comenta o professor. Segundo ele, mesmo com a situação atual, tudo estaria muito pior se não existisse educação de qualidade no Brasil.
Felipe explica que a educação precisa ser pensada num contexto, uma vez que não há independência nos setores. “Para haver uma educação básica, é preciso ter um ensino superior de qualidade. Porém para que isso ocorra, é necessário investir em profissionais”.
AVANÇOS SIGNIFICATIVOS
O Programa Nacional da Educação (PNE), que tem validade por 10 anos, aponta avanços significativos no que se refere a metas e estratégias. “Comparado com a versão anterior, ele foi mais discutido e estudado. Pretendemos alcançar 70% das perspectivas até 2020”, explica o professor.
Ele ainda acrescenta que o PNE não dá certo devido a defasagem de investimentos e recursos. “A educação não é vista como uma prioridade e, em termos práticos, ainda torna-se difícil fazer acontecer”. Da mesma forma, existe a resistência de educadores para que seja implementado.
Alyne Motta
Felipe Gustsack: Desejo de todo educador é que data seja comemorada como histórica
A educação para o mercado de trabalho
Mesmo em passos lentos, a educação tem se mostrado em andamento. O investimento na perspectiva de formação com qualidade teórica e intelectual, precisa reverter para a prática cotidiana, que inclui a geração de trabalho e renda. “As formações precisam contemplar as necessidades das empresas”, lembra Felipe.
A instalação de Universidades em regiões que antes não possuíam, é uma forma dos governos, estadual e federal, de levar o acesso à educação para todos. “Não existe um desenvolvimento que não passe pelo processo de formação do trabalhador, pois ambas andam juntas”, garante o professor.
Felipe ainda explica que não se faz desenvolvimento sem educação, e a educação não surge sem a cultura. “No Brasil, o povo está muito habituado em ouvir falar de desenvolvimento e remeter ao econômico. Embora nesse não sejamos tão bem desenvolvidos, culturalmente somos referência”, acrescenta.
Educação vem de casa
O processo de educação começa com a família: os pais ensinam aos filhos o que julgam ser certo e como devem se comportar. Isso acontece principalmente com o exemplo que dão no dia a dia, por meio de sua forma de agir dentro de casa e de se relacionar com o mundo de forma geral.
Segundo o professor, para que tudo isso ocorra, é necessário o diálogo em família. “Quando há a conversa, há o aprendizado sobre respeito, valores e convivência”, aponta Felipe. “A escola complementa a formação específica de conhecimento que já vem de casa”, finaliza.
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Escola complementa conhecimento que vem de casa
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe”. Jean Piaget