Everson Boeck – [email protected]
A chuva não impediu a mobilização de aproximadamente 500 pessoas na Praça Getúlio Vargas, no centro de Santa Cruz do Sul, na manhã de ontem. Professores, funcionários de escolas, alunos e comunidade em geral participaram da atividade realizada pelo 18° Núcleo do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), que faz parte da Paralisação Nacional promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Rolf Steinhaus
Chuva não impediu que centenas de pessoas saíssem às ruas protestando contra atitudes do governo estadual
Com todos vestindo branco, a grande passeata acompanhada de um carro de som e diversas faixas foi até a frente da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE). Assim como em Santa Cruz do Sul, os núcleos do Sindicato em outras regiões do Estado realizaram protestos como este na tentativa de, com o movimento que vai até sexta-feira, obrigar o governo a retirar o projeto encaminhado em regime de urgência à Assembleia Legislativa e exigir que os deputados não o aprovem, tendo em vista que, segundo a entidade, este projeto desrespeita o piso salarial de R$ 1.451,00, reconhecido em lei federal. Até ontem à tarde, Tarso não havia retirado o projeto, mas suspendido sua votação.
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Comunidade escolar movimentou centro da cidade, na Praça Getúlio Vargas
Além de exigir do governo o cumprimento da lei do piso nacional da educação, estipulado em R$ 1.451, o movimento cobra a mudança da fórmula de reajuste do piso, defende os planos de carreira, e a aplicação dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação.
Representando a direção central do Cpers/Sindicato, esteve no ato Ândria Ortiz. Segundo ela, o nível da paralisação aponta a possibilidade de uma grande greve. “Essa categoria não é boba e ela sabe mostrar o caminho da luta. Se for preciso a educação no estado vai parar sim”, pontua.
80% DAS ESCOLAS PARALISADAS
Segundo o 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, a estimativa é de que 80% das escolas estaduais de Santa Cruz do Sul paralisem as atividades até sexta-feira. A diretora do Núcleo, Miriam Neumann Trindade, disse que categoria está unida e é ela quem vai decidir os rumos do movimento a partir de sexta-feira. “Tudo vai depender de como o governo vai se portar durante este movimento. Vamos continuar pressionando, se nós enquanto cidadãos temos que cumprir leis, ele como governo também”, ressalta.
Estão paralisadas total (os três dias) as escolas: Willy Carlos Frölich, Ernesto Alves, Goiás, Luis Dourado, Nossa Senhora Esperança e Nossa Senhora de Fátima. Parcialmente pararam as escolas: Monte Alverne, Rosário e Santa Cruz.
Durante a tarde aconteceu uma manifestação em Venâncio Aires e, hoje, haverá uma em Candelária. Para amanhã, o Cpers programa um grande ato em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, com representação de todo Estado.
POSICIONAMENTO DA 6ª CRE
Rolf Steinhaus
Manifesto seguiu em passeata até a frente da 6ª CRE
A secretária adjunta da 6ª CRE, Sandra Nogueira, lembrou que, de acordo com o Secretário de Educação, Dr. Professor José Clóvis de Azevedo, este é um importante momento de valorização da educação no Estado. “Isso é traduzido com sinais de avanços como: melhoria na infraestrutura de algumas escolas; formação pedagógica e liberação de recursos financeiros para viabilização dos mesmos; política de Recursos Humanos na liberação de funcionários e especialistas para o melhor desempenho e atendimento nas escolas; e uma proposta de reajuste salarial que preserva o Plano de Carreira dos Professores”, argumenta.
Sandra frisa que a 6ª CRE respeita a opção dos professores e funcionários de aderir ao movimento, tendo como pressuposto tanto o direito à greve quanto o direito ao trabalho. “Ressaltamos a importância de zelar o direito dos alunos à educação, preservando o espaço escolar e o patrimônio público”, salienta.