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Segredos de um projeto de iluminação 2015

– Um bom projeto luminotécnico deve levar em conta basicamente duas coisas: o uso do espaço e tudo o que queremos valorizar nele. Alguns efeitos básicos combinados garantem uma boa iluminação e trazem conforto sem que o morador se dê conta.
– O requisito da boa iluminação é trabalhar com a qualidade da luz, mas não é só a luz correta, que atende a normas, porque isso não significa necessariamente boa iluminação. Também não é só criar efeitos de luz e ambientes dramáticos. O objetivo é criar espaços bem-iluminados, em que podemos enxergar os objetos, realizar bem as tarefas e que nos proporcione bem-estar. O segredo é conciliar técnica e arte para que o projeto resulte em ambientes agradáveis e bem iluminados.
– Há diversas grandezas envolvidas nos projetos luminotécnicos:
Fluxo Luminoso:
Medido em lumens e definido como a quantidade de energia radiante emitida por uma fonte luminosa.
As diversas lâmpadas existentes no mercado emitem diferentes quantidades de energia, isto é, possuem diferentes capacidades de iluminar os espaços. A eficiência das lâmpadas é dada pela relação entre a quantidade de lumens irradiados e a energia consumida. Quanto mais lumens por watt, maior é a eficiência da lâmpada.
Temperatura da cor:
A aparência de cor (ou temperatura da cor) da luz é outro aspecto importante e representa um dos erros mais comuns em projetos de iluminação, afirma Neide. Medida em kelvin (k), a aparência de cor está diretamente relacionada com o uso da luz natural. Ao meio-dia, a luz solar tem tonalidade branca, próxima dos 5 mil kelvins; no final da tarde, quando é hora de relaxar, a luz natural apresenta nuances amareladas. Essa relação é válida também para a iluminação artificial.
Lâmpadas de 2 800 a 3 mil kelvins têm tonalidade branco-amarelada, morna, que dá a sensação de aconchego aos espaços. Ela é própria para residências, restaurantes sofisticados e em qualquer outro lugar onde é desejável uma atmosfera confortável e tranqüila. Não se deve usar lâmpadas de 3 mil kelvins em um escritório, porque as pessoas se sentirão relaxadas, terão sono, e, portanto, o rendimento será mais baixo.
Já as lâmpadas na faixa de 4 mil a 5 mil kelvin proporcionam luz de tonalidade branco-azulada. Estimulante, essa faixa de aparência de cor é ideal para ambientes onde o ser humano deve estar ativo ou produtivo, tais como escritórios, indústrias ou academias de ginástica.
Quando se usam lâmpadas com aparência de cor amarelada, as pessoas têm maior sensação de calor, o que implica a necessidade de respeitar diferenças térmicas regionais na hora da escolha. A sensação térmica causada pela aparência de cor da luz pode ser confundida com o mau desempenho do sistema de ar condicionado. Lâmpadas de aparência de cor mais fria dão a sensação de ambientes menos quentes, por exemplo.
Fidelidade na reprodução de cores:
O ser humano tem necessidade de estar em ambientes com iluminação o mais parecida possível com a luz natural. O Índice de Reprodução de Cores (IRC) indica a capacidade que uma fonte luminosa tem de reproduzir fielmente a cor do objeto por ela iluminado. A luz artificial não pode alterar a percepção que temos das pessoas, dos objetos. Se estamos no escritório, queremos ver a fisionomia dos nossos colegas, enxergar se eles estão pálidos ou bronzeados.
O IRC varia de zero a 100, e, quanto maior esse índice, maior será a fidelidade das cores.
Intensidade Luminosa:
É medida em candelas (cd) e entendida como a porção do fluxo luminoso que é irradiada em uma direção específica. Essa emissão controlada é o que possibilita focar determinado objeto numa loja ou criar efeitos como bolinhas de luz no piso.

Iluminâncias e luminâncias:
Uma das principais ferramentas de cálculo é a iluminância definida como a quantidade de fluxo luminoso que atinge uma superfície. Sua unidade é o lux, que equivale a um lúmen por metro quadrado. O olho humano adapta-se a grandes variações de iluminância, como apenas três lux em noites de lua cheia, 5 mil lux em dias nublados ou cem mil lux ao meio-dia de um dia claro de verão.
Existem normas técnicas que determinam a quantidade de lux necessária em diferentes situações, como de dez a 30 lux para a iluminação pública, 500 lux no plano de trabalho em escritórios, cem lux em salas de estar residenciais ou mil lux em indústrias com trabalho de precisão.
Segundo a luminotécnica, nos Estados Unidos e na Europa a definição da iluminância é mais variada, permitindo adequar o projeto a cada caso específico, considerando a idade dos ocupantes e as preferências pessoais de cada um.
O projeto deve evitar tanto o ofuscamento direto, causado pela visualização da fonte de luz, quanto o indireto, como o causado pela reflexão de luz na tela do computador. Esse é um problema bastante comum; daí a importância de usar luminárias capazes de controlar a emissão de luz em determinados ângulos.
Embora ainda não seja comum no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, profissionais também trabalham com o cálculo de luminância, que é o que enxergamos da luz. Ninguém enxerga o fluxo luminoso saindo da lâmpada. Só o percebemos quando ele atinge uma superfície qualquer.
Ou seja, precisamos da reflexão da luz no objeto para que possamos ver esse objeto. Por essa razão, num futuro próximo o cálculo das iluminâncias será substituído pelo da luminância, expressa por candelas por metro quadrado.

Fotos: Divulgação/RJ

Efeitos combinados garantem uma boa iluminação

As diversas lâmpadas existentes no mercado emitem diferentes quantidades de energia, isto é, possuem diferentes capacidades de iluminar os espaços