O Ronco e a Síndrome da Apnéia do Sono estão sendo muito discutidos na atualidade, tanto no Brasil quanto no mundo. Este problema, além dos transtornos sociais e psicológicos, trás consequências físicas para o paciente.
A apnéia do sono é a parada respiratória que ocorre pela obstrução das vias aéreas, pelo fechamento da passagem respiratória, podendo isto ser agravado pelo aumento do peso, avanço da idade ou ainda fatores hereditários. As paradas caracterizam-se por interrupções na respiração durante o sono, têm a duração de alguns segundos e ocorrem enquanto o indivíduo dorme e sem o mesmo perceber. Já o ronco ocorre quando a passagem do ar é difícil e causa a vibração dos tecidos da garganta.
O ronco traz noites mal dormidas tanto da pessoa que ronca como do companheiro, a diferença está que o roncador acha que dorme bem, ainda justifica isso dizendo que dorme tão bem que apenas deita e já dorme, na verdade isso já é um dos primeiros sinais que não está tendo um sono de qualidade. Isso aumenta a probabilidade de ganho de peso. “Em primeiro momento porque com a diminuicí¤ão da qualidade do descanso no sono, diminui-se a disposicí¤ão do portador desse distúrbio, para que faça atividade física”, diz o Dr. Antônio Rocha. “Já em segundo momento, existem com a diminuição da qualidade do sono alterações metabólicas, que acabam por aumentar a chance de ganho de peso bem como aumentar a ansiedade que em algumas pessoas, acaba por criar uma vontade de comer além da sua necessidade real”, completa Rocha.
Segundo Dr. Antônio, nas mulheres com a chegada da menopausa, o ronco aumenta, devido a alterací¤ões hormonais que acabam por diminuir o tônus muscular e consequentemente aumentar a flacidez tecidual, que com o ganho de peso, aumento da idade e fatores hereditários, vem a acarretar o agravamento da situací¤ão de ronco e apnéia.
Como consequência do ronco e das noites mal dormidas, o humor da pessoa é alterado. “A pessoa fica com mais sonolência, cansaço, irritabilidade, ansiedade e inclusive a depressão podem estar relacionadas à situací¤ão de ronco e da apnéia”, conta Rocha. “Além das mudanças de humor, o ronco também pode trazer consequências graves, como causar ou agravar diversas doenças cardiovasculares como, hipertensão, derrame – Acidente Vascular Cerebral – e inclusive provocar o agravamento do diabetes”, acrescenta ele.
Para evitar o ronco na criança, deve-se melhorar a capacidade respiratória e fazer o acompanhamento do desenvolvimento facial pelo odontólogo especialista, bem como o ottorrinolaringologista e pediatra da criança.
Para finalizar Rocha alerta que o tratamento de controle do ronco e apnéia deve ser acompanhado por equipe multiprofissional e o adequado exame de polissonografia.
“A presencí¤a de ronco e apnéia do sono em um indivíduo é como se para a sua saúde esse indivíduo tivesse 10 anos a mais em sua idade, então pense nas consequências”, conclui Dr. Antônio Rocha.
* Cirurgião Dentista
Membro da Sociedade Brasileira do Sono
Membro da American Academy of Dental Sleep Medicine