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Uma decoração minuciosa

Viviane Scherer Fetzer
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Mais nova em uma família de 11 irmãos, Anastacia Wobeto Mayer, desde pequena adorava os enfeites de Natal que ornamentavam a casa. Podiam ser poucos enfeites, mas já chegavam para tornar o Natal mais iluminado. Essa adoração por decorar a casa continua viva no coração de Anastacia. Com os filhos e os netos não deixa o Natal passar despercebido e tenta sempre ensinar o espírito natalino para todos. “Nunca fui muito de falar em Papai Noel, sempre falei mais sobre o Menino Jesus, a mensagem maior é sempre o nascimento de Jesus que vem para dar vida a todos”, ressalta Anastacia. 

Quando casou, enfeitava a casa com pinheiro, presépio e a mesa da Ceia. Depois que teve os filhos, passou a ornamentar um pouco mais e todos os anos passa algum tempo pensando como serão colocados cada um dos detalhes. “Cada ano é diferente, nunca fica igual, principalmente porque troco as bolas do pinheiro e faço novos trabalhos com as fitas”, empolgou-se. A toalha enfeitada na mesa não pode faltar e cada ano muda, um ano é bordada, no outro pintada. A mesa da Ceia fica arrumada desde o início de dezembro e na noite de 24 de dezembro, antes de toda a família jantar, os enfeites são retirados e ficam as taças, pratos, talheres e guardanapos. 

Neste ano serão 16 pessoas para a Ceia de Natal. Os filhos de Anastacia estarão todos em Santa Cruz e no Ano Novo passarão cada um em um lugar. “É uma definição que se criou com o tempo de que no Natal todos passam aqui e no Ano Novo onde quiserem”, explica Anastacia. Segundo ela, o espírito de Natal de reunir a família sempre é lembrado. A casa fica preparada para receber toda a família, que vem de Miami, Blumenau e Porto Alegre.

Aproximadamente 20 horas s‹o utilizadas por Anastacia para decorar toda a casa

 

Como manda a tradição

Na primeira semana do Advento, período mencionado no calendário religioso e caracterizado pela preparação para o nascimento de Jesus, Anastacia começa a montar a decoração de sua casa. Nessa época os católicos montam suas decorações para receber o Menino Jesus. Ela leva todas as caixas com bolas, com o pinheiro, com as fitas que ela trouxe de Miami, com o presépio e os outros enfeites para a sala, e a primeira coisa que abre é o pinheiro para deixá-lo bonito, abrindo cada um dos galhos e dando forma já que ele passou um ano guardado. 

Depois escolhe a cor das bolas que usará para decorar o pinheiro. “Em um ano faço com douradas, em outro faço com prateadas e brancas, ou ainda com coloridas”, conta Anastacia. Todos os enfeites são dela, um guarda-roupa fica com todas as coisas que ela utiliza, tudo organizado para que não se percam objetos de um ano para outro. Já faz dois anos que o pinheiro é de cor branca. “Ano que vem pretendo voltar com o verde para mudar um pouco”, reforça Mayer. 

Quem passa na rua pode se encantar com a decoração, mas quem entra na casa fica ainda mais encantado. Ao entrar na sala, há um lustre com fitas decoradas com temas natalinos, à esquerda da porta há um espelho em que ela coloca enfeites na moldura e um pequeno presépio. O imponente pinheiro que fica ao lado da escada chama atenção pela delicadeza de seus enfeites. A escada foi ornamentada com objetos prateados e bolas vermelhas que servem como moldura para as fotos oficiais do encontro das amigas de Anastacia, realizado na semana que antecede o Natal e chamado de ‘Kreisen’ (em alemão, “rodinha”), é uma roda de amigas. E também para a foto oficial da família. 

A mesa da Ceia possui um enfeite maior com folhas e anjos, que na hora da janta é retirado e já fica guardado. São colocadas as taças, pratos, talheres guardanapos, toucas, espumantes, panettones. Para a ceia algumas coisas são retiradas e dão espaço para os pratos principais serem colocados. 

Contando todo o tempo que se dedica a ornamentar a casa, ela calcula que sejam umas 20 horas. Como pensa em cada detalhe, precisa de um tempinho a mais para preparar os topes e os ornamentos com fitas. Quando chega 6 de janeiro, Dia de Reis, ela desmonta tudo como manda a tradição católica e guarda para utilizar novamente no próximo ano. 

Não só em casa

Durante 34 anos, Anastacia foi professora, 26 deles passou dentro das salas ministrando aulas para séries iniciais e de geografia. Adorava fazer os cartões que seriam entregues ou que enfeitariam algumas partes da Escola. Quando chegava a época do Natal, os colegas de trabalho passavam a responsabilidade de ornamentar a escola, o pátio, a sala da direção para Anastacia. “Não tinha muita coisa, eu fazia flores, trabalhava de manhã, tarde e noite para terminar e fazia com tanto amor que se refletia nos enfeites”, conta Anastacia. 

Todos os anos arruma mesas nas casas de conhecidos. Uma delas é a vizinha de frente, que, segundo Anastacia, já é uma tradição. “Eu arrumo a mesa, e ela e o marido decoram o resto da casa”. Participou também de um concurso que se realizava em Santa Cruz de decoração de mesas de Natal sendo vencedora em todas as vezes que participou. 

Mesa da ceia de Natal fica arrumada durante todo o ms e s— Ž desmontada na vŽspera do Natal para a ceia

Em 2016, Anastacia pretende mudar a cor do pinheiro