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AABB: uma das sedes campestres mais antigas de Santa Cruz e região

Ana Souza – [email protected]

O dia 25 de janeiro de 1962 se tornou um marco na trajetória da Associação Atlética do Banco do Brasil. Nesta data surgia uma das sedes campestres mais antigas da região e da cidade de Santa Cruz do Sul. Um sonho que se tornou realidade para os funcionários do Banco do Brasil que a partir daquele momento teriam uma associação.
As palavras do então presidente (já falecido), Pojucan Menezes, em 2 de setembro de 1996, mostram a luta pelo surgimento da AABB, naquela época poucos funcionários tinham carro e para se dirigirem até a sede pegavam carona ou iam de táxi. “Numa daquelas reuniões de cafezinho, um grupo de colegas decidiu fundar a AABB. Fui o escolhido para conversar com a administração, sem cujo apoio nada se conseguiria. Decidi ir direto ao gerente Purper. A receptividade foi a melhor possível, elogiando a ideia e prometendo o maior apoio. Com a adesão maciça, em assembleia de criação, fui eleito o primeiro presidente.
Saímos então, imediatamente, em busca de dois objetivos. Modelos de estatutos e sede, inicialmente com a ideia de uma sede campal, já que na cidade frequentávamos ou o Corinthians ou a Ginástica. Enquanto isso, levei até Canoas, Editora La Salle, os estatutos a serem impressos.  Visitamos várias propriedades, invariavelmente o Reno Lawisch (tesoureiro) e eu, mas sempre com a companhia de mais alguém escolhido aleatoriamente. Encantamo-nos com a atual, de propriedade do Avelino Breidenbach. O custo era: 1 DKW zero quilômetro, ou seu valor em dinheiro. Foi aí que entrou a imensa colaboração e participação do gerente Purper.”
Na época em que a diretoria encaminhava o surgimento da AABB a agência do Banco do Brasil de Santa Cruz do Sul estava sob gerência de Purper, chefes Agra e Gouvêa e subgerente Waldyr. “Todos nos deram a maior força e com eles tínhamos o melhor relacionamento”, palavras de Menezes.
Uma curiosidade chama a atenção no histórico da AABB. O proprietário da área escolhida, Avelino Breidenbach, era também proprietário da loja Empório de Calçados de Santa Cruz do Sul, sendo do ramo calçadista. Ele fixou que, enquanto o valor da compra da propriedade não estivesse totalmente quitado, o valor desta ou o saldo que houvesse a pagar seria corrigido pela média da elevação dos seguintes produtos: o próprio veículo DKW, o sapato de marca Clarck, o refrigerante Coca Cola e o preço da gasolina.

COMO ERA A SEDE

Quando foi adquirida, a sede da AABB já contava com parte da estrutura que hoje está preservada. Na época já existiam o lago, os matos e as araucárias. Onde hoje se encontram os dois primeiros campos de futebol havia capoeira com pedregulhos e predominância da macega ‘rabo de burro’. A área era utilizada como lavoura em anos anteriores pelo então proprietário. A sede da AABB tem ligação direta com a preservação da natureza. Próximo às piscinas e aos campos de futebol foram plantados, mais tarde, pés de pinus e demais árvores.
O local onde hoje se encontra o terceiro campo de futebol era acidentado e todo irregular, com valetas, capoeira e pequenas sangas. Hoje, onde está o Caramanchão, existia um estábulo do qual mais tarde foram tiradas as baias e colocadas mesas, bancos e construída uma churrasqueira. Ali seriam feitos os primeiros encontros festivos. Era de praxe fazer uma janta festiva de boas vindas para quem estava assumindo na agência, ou de despedida para quem estava deixando-a.
Uma casa velha – instalada onde está atualmente a Sede Social – foi adaptada para receber TV, geladeira, fogão à lenha, mesa de pingue-pongue e banheiros. Na área do playground havia um pomar constituído por árvores de laranjas, abacate, goiaba e ariticum. Próximo ao Caramanchão e quadras de tênis existia uma parreira. Entre a atual Sede Social e a Cabana eram realizados os jogos de futebol, apesar do declínio do terreno.

Fotos: Divulgação/RJ

Hoje o local conta com uma grande estrutura

A família de Avelino Breidenbach, proprietário da área escolhida

Presidentes: eles fazem parte da história

Pojucan Karan de Menezes – 1962/1963; Breno Klafke – 1964/1965; Nelson Tech – 1966/1967; Milton Kessler (Sabiá) – 1968/1969; Otaviano Duarte – 1970; Luiz Beck (Beckinha) – 1971; Ely Fontoura – 1972; Cacildo Pagel – 1973/1974; Flávio Kohmann – 1975; Breno Klafke – 1976; Egardo Kannenberg – 1977; Mário Halmenschlager – 1978; Moacir Reis e Luis Dummer – 1979; Paulinho Rech e Guido Koehler – 1980; Guido Koehler – 1981; Moacir Reis – 1982; Érico Canto – 1982/1983; Licênio Dick – 1983/1984; Gilberto Borchardt e Otávio Seelig – 1984/1987; Otávio Seelig – 1987/1988; Flávia Genehr – 1988/1990; Décio Dorfey – 1990/1992; Danilo Arend – 1992/1996; Wolney Solano – 1996/1998; Carlos Moraes – 1998/2000; Airton Trojahn – 2000/2002; Luis Moritzen – 2002/2004; Mário Kops – 2004/2007; Ivo Kist – 2007/2008; Mário Kops – 2008/2010 e Mário Kops – 2010/2012

Ex-presidentes na comemoração dos 25 anos da AABB, inclusive a presença do 1º presidente, Pojucan, cortando o bolo

 

Parabéns AABB de Santa Cruz do Sul!

“Cinquenta anos: uma história de solidariedade e conquistas. 1962 foi o início de uma longa jornada, cujos ideais procuramos preservar nos dias atuais. Uma história longa e envolvente, escrita por meio de muito trabalho e dedicação. Era uma época de grandes amizades e companheirismo, e a coragem aliada a ousadia, foram os ingredientes do sucesso.
Trajetória marcada por gente, pessoas que se dedicaram, e que se dedicam, sem medir esforços e boa vontade ao propósito de levar qualidade de vida ao próximo. Promovendo muitas confraternizações, de início do funcionalismo do Banco do Brasil e seus familiares, em suas diretrizes, sempre teve presente a busca por uma perfeita integração entre o quadro associativo e a comunidade.
Os anos passaram e à motivação que ensejou a criação da AABB – companheirismo, fraternidade e amizades –, foram acrescentados outros objetivos mais condizentes com a realidade do mundo em constante mutação.   Para promoção de atividades sociais, esportivas, culturais e educacionais, sem omissão da responsabilidade social e meio ambiente, torna-se  cada vez mais imperiosa a união de todos os associados, eis que, quanto mais numerosos, mais fortes serão na busca de solução para as constantes demandas e reivindicações.
O momento é de parabenizar e agradecer a todos os fundadores, administradores, associados, funcionários e amigos por tudo o que fizeram e vêm fazendo pela nossa AABB.  As pessoas passam e as instituições permanecem, impulsionadas pelo legado de ética e companheirismo de seus fundadores.
Devem estar bastante satisfeitos aqueles valorosos colegas que, há 50 anos, fundaram a nossa AABB. E, os que não estão mais conosco, lá de cima, na glória dos justos, certamente estarão afirmando, em uníssono, aquilo que nós aqui na Terra orgulhosamente repetimos: Valeu a pena!
Agora é comemorar!
Filiada a uma Federação, que congrega cerca de 1.300 AABBs, a associação faz  parte da maior rede de clubes autônomos do mundo, localizada em um único país com gestão de forma unificada. Tal patamar é motivo de orgulho para os abebeanos.”

Arquivo/RJ

Mario Eugenio Kops
Presidente do Conselho de Administração