Em uma semana, a Secretaria da Saúde (SES) enviou para instituições hospitalares do Estado respiradores, monitores e camas que permitiram a abertura ou reabertura de 70 leitos de UTI para atender pacientes com coronavírus no Rio Grande do Sul. No mesmo período, a SES enviou 43 respiradores à hospitais para retaguarda em leitos de emergência. Diversos foram entregues na sexta-feira, 26, dia em que foi autorizado o envio de cinco respiradores para o Hospital de Santa Cruz, o que deve ocorrer no início da próxima semana.
“Seguimos dando suporte para ampliar a estrutura de atendimento à população, mas não há sistema de saúde que dê conta sem que haja a contenção da disseminação do vírus. Ou se desacelera a transmissão ou o sistema continua em iminente colapso”, alerta Lisiane Fagundes, diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da SES.
Às 17h de sexta, 26, o mapa de leitos disponível em covid.saude.rs.gov.br indicava a ocupação de 94,7% dos leitos UTI adulto no Rio Grande do Sul. “Em um mês, mais do que dobramos o número de pacientes internados, e a quantidade de leitos é finita. Além disso, em fevereiro, 74% de todos os que internaram em UTIs morreram”, disse a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Nas próximas semanas, devem ser abertos, no mínimo, mais 40 leitos de UTI Covid no Estado: 10 leitos no Hospital de Charqueadas, 10 na Fundação Hospitalar de Novo Hamburgo, 10 na Fundação Municipal Getúlio Vargas, em Sapucaia, e 10 no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo.
Com os 70 leitos abertos nos últimos sete dias, a rede hospitalar pública gaúcha mais do que dobrou a capacidade de atendimento de terapia intensiva desde o início da pandemia, passando de 933 para 2.109 leitos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) – aumento de 126,4%.
Ainda como medida emergencial, a SES acionou, na quinta-feira, 25, o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia. Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.
“A partir de agora, os hospitais gaúchos, entre públicos e privados, têm o compromisso de disponibilizar toda a sua estrutura para atendimento de casos de Covid-19, porque estamos na fase mais crítica, que precisa de atitudes mais drásticas”, explicou a secretária Arita.
Respiradores entregues na última semana:
| 5 para o Hospital Nossa Senhora de Navegantes, de Torres;
| 5 para o Hospital Santa Luzia, de Capão da Canoa;
| 2 para o Hospital Urcamp, de Bagé;
| 5 para o Hospital São Camilo, de Esteio;
| 7 para o Hospital Bruno Born, de Lajeado;
| 2 para o Hospital São Pedro, de Garibaldi;
| 3 para o Hospital de Alvorada;
| 5 para o Hospital de Tenente Portela;
| 2 para o Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires;
| 3 para o Hospital Bom Jesus, de Taquara;
| 4 para o Hospital de Sapiranga.