Você já visitou uma pessoa condenada a cumprir pena em um presídio? Qual é a esperança que há para ela? Qual o caminho da esperança para a humanidade violenta e vingativa?
Uma juíza teve muita compaixão dos presos que estavam numa situação imunda nas celas. Todos, sem exceção, tinham cometido crimes. Por conta própria não poderiam mais sair da prisão. A juíza sentia dor no coração ao ouvir o relato sobre a situação e o clamor de alguns presos e de seus amigos. Decidiu, então, visitá-los. Perguntou um a um se queriam sair. Ofereceu a chance para todos. E todos responderam que sim. Perguntados, cada um deu a sua versão.
O primeiro lamentou: “meritíssima, eu sou homem bom. Foram as minhas amizades que me levaram ao mau caminho. Eles são os culpados de minha prisão”.
O segundo afirmou: “eu sou homem bom. O pessoal dos direitos humanos deveria fazer mais para me tirar daqui. Eles são os culpados. Por isso estou aqui”.
O terceiro disse: “eu sou homem bom. A culpa de minha prisão é do homem que tirou as fotos no dia do crime. A culpa de minha prisão é dele”.
O quarto reclamou: “eu sou homem bom. A igreja faz poucas orações. O pessoal da pastoral carcerária deve fazer mais por mim. Eles são culpados de eu ainda estar aqui”.
Todos os outros condenados disseram que eram gente boa e que a culpa da prisão deles era dos outros.
O último da fila veio de cabeça baixa, nem levantou os olhos, dizendo: “eu sou homem mau. Desobedeci à lei, machucando outra pessoa. Nunca quis saber de Deus e de seu povo. Esforço-me para ser bom, mas sempre fracasso de novo. Se a senhora não me ajudar, estou ‘frito’ para sempre”.
A juíza, então, se abaixou, abraçou o preso, enxugou suas lágrimas e disse: “há júbilo no céu por um pecador que se arrepende.” Juntos, vamos quebrar o ciclo da violência, do ódio, da vingança e da miséria, sentenciou. E ambos abriram o caminho da reconciliação e da paz. O condenado foi feliz pelo caminho da esperança para sua casa.