Ana Souza
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Não importa o clima, seja em dias de chuva, seja abaixo de sol lá estão eles, os trabalhadores rurais. São estes os responsáveis por termos em nossa mesa o alimento de cada dia. E, para valorizar tão abnegada classe de trabalhadores é que surgiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras (STR).
O domingo, 1º de julho, será um dia de festa e de comemorações. Foi nesta data, em 1962, que o STR foi fundado. A trajetória de 50 anos é marcada por lutas e conquistas que levaram a entidade a tornar-se uma referência em todo o RS em prol dos seus associados. O STR surgiu da fusão de dois sindicatos, dos Trabalhadores Rurais da Lavoura e da Pecuária (que atendia os trabalhadores rurais, meeiros, arrendatários e filhos de agricultores) e dos Trabalhadores Autônomos de Santa Cruz do Sul (composto por pequenos proprietários de Santa Cruz do Sul). A união dos dois sindicatos ocorreu em 23 de julho de 1963, um ano depois da fundação de ambos. Em outubro de 1965, através do Ministério do Trabalho, foi instalado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Lavoura e da Pecuária teve como 1º presidente, Orlando Paulo Schaefer (em 1962) e o Sindicato dos Trabalhadores Autônomos era presidido por Antônio Wilibaldo Eick (também em 1962).
No ano de sua fundação o STR teve um grande apoio advindo da então Caixa Rural de Santa Cruz do Sul, atualmente Sicredi. Em 1963, através de assembleia, foi eleito o primeiro presidente do STR, Wilibaldo Eick (assumiu até 1966). De 66 a 73, Orlando Paulo Schaefer é nomeado para a presidência. De 73 a 76, Osvino Pedro Etges assume o cargo. No ano de 1976 mudanças no STR com a instalação de uma Junta Governativa – que assumiria até 1978 – formada por Remigius Kist, Norbi Nelson May e Nicolau Ruhoff Filho. Em 1978 Maurino Lauro Miller é nomeado presidente até 1987; de 1987 a 1990, Pedro Osvino Etges assume; de 1990 a 1992, Heitor Schuch; de 1992 a 1994, Roque Paulus e de 1994 até atualmente, Pedro Osvino Etges.
EM CONSTANTE CRESCIMENTO
A entidade crescia ano a ano, sempre incentivando os trabalhadores rurais. Campanhas eram realizadas com a participação dos agricultores e apoio da diretoria do STR, ambos em defesa do sindicalismo, era a união dos pequenos agricultores. A credibilidade fez com que mais associados fizessem parte do Sindicato, este se desenvolvia cada vez mais. E nesta época houve a mudança de endereço, ocupando a parte térrea do Centro Social Diocesano da Mitra, neste local (ano de 1972) foi instalada a Farmácia Veterinária.
Aos poucos foram sendo oferecidos mais benefícios aos associados, que primeiramente contaram com atendimento de dentistas e médicos. Mais tarde abriram-se convênios com hospitais da região com atendimento em ambulatórios e assistência maternidade. Os recursos para manter o Sindicato eram provenientes da contribuição dos associados. Mais tarde também viriam recursos pela cobrança de alguns serviços prestados. Toda a arrecadação do STR reverte para os próprios agricultores.
O Sindicato ocupou espaço junto à Mitra Diocesana por cerca de quatro anos e mais tarde mudaria para o endereço atual, na Rua Ramiro Barcelos, 1054. Na época, em 1972, a entidade era presidida por Pedro Osvino Etges e Domingos Hoscheidt como secretário.
MAIS CONQUISTAS
Uma grande luta foi encabeçada pelo STR através do Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (Funrural). Era a busca pela primeira aposentadoria do trabalhador rural. Em grupos as localidades do interior foram se organizando para encaminhar a documentação necessária. O direito era para homens aos 65 anos e meio salário mínimo. E, graças à organização sindical, as mulheres viúvas e solteiras, com mais de 65 anos, também se habilitaram ao benefício. Tudo foi assegurado pela Constituição Brasileira de 1988, com salário mínimo integral para os homens aos 60 anos e para as mulheres aos 55 anos.
Em 1987 mais um passo marcaria a trajetória. Tendo como presidente Pedro Osvino Etges e Heitor Schuch secretário, foi lançada a campanha para as mulheres se associarem. O valor da contribuição seria dividida entre o casal e a partir deste instante, muitas mulheres se associaram. O reconhecimento da mulher como trabalhadora rural e a inclusão no bloco do produtor do marido foi mais uma conquista que traria para estas benefícios previdenciários como auxílio doença, aposentadoria, auxílio acidente de trabalho e salário maternidade.
MAIS ABRANGÊNCIA
Com a emancipação dos distritos de Gramado Xavier, Trombudo (Vale do Sol), Sinimbu e Herveiras – que passaram a municípios – o STR formou base nestes e passou a denominar-se Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras (somente estando fora Gramado Xavier). Em 2001 o STR adquire o prédio próprio do sub-escritório de Sinimbu e construía a nova loja da Farmácia Veterinária. Quatro anos após, em 2005, edificou-se a sede do sub-escritório de Vale do Sol e ampliou a sede em Santa Cruz.
Toda a caminhada desde 1972 até 2012 perfaz a luta e conquistas do STR, através de sua diretoria, que busca sempre dar o apoio necessário aos associados, valorizando assim aqueles que vivem no meio rural e que fizeram e fazem do STR uma entidade que luta pela verdade e justiça ao homem do campo. Este é o lema do Sindicato.
Fotos: Arquivo/STR
Wilibaldo Eick: primeiro presidente do STR
Em 1972, o Sindicato adquiriu o prédio registrado nesta foto
STR está localizado na Rua Ramiro Barcelos, 1054