Alyne Motta – [email protected]
A cada ano, a comissão da Oktoberfest busca valorizar tradições que vieram com os imigrantes alemães. Este ano, o destaque vai para “Trabalho, cooperação e fé”, tema apresentado na tarde de ontem, 18 de abril, pela Diretoria de Cultura e Folclore da 28ª Oktoberfest e Feirasul.
Francisco Frantz
Religiosidade, a força do trabalho e a união dos imigrantes serão os destaques da Festa da Alegria
O assunto vem sendo preparado a algum tempo, embasado em diversas pesquisas. Como é tradicional, o tema norteará as atrações da Festa da Alegria, que vai de 10 a 21 de outubro, como os desfiles de carros alegóricos, Espaço Cultural, concursos para comunidade, entre outras ações.
“Na comemoração da 28ª Oktoberfest celebramos a fé do imigrante, a força de seu trabalho e a cooperação que fez nossa comunidade prosperar e ter alto grau de desenvolvimento econômico”, relata a diretora de Cultura e Folclore da festa, Maria Luiza Rauber Schuster.
Alyne Motta
Anúncio do tema foi feito pela presidência da festa e Diretoria de Cultura e Folclore
Para o presidente da 28ª Oktoberfest e Feirasul, Ênio Ernesto Wermuth, a temática resgata uma parte importante da história dos imigrantes. Conforme o professor Nestor Raschen, que auxiliou no trabalho de pesquisa, os três enfoques escolhidos sintetizam características marcantes no período da imigração.
Alyne Motta
Maria Luiza: “Celebramos a fé do imigrante, a força de seu trabalho e a cooperação”
“Sabemos que a trajetória dos imigrantes exigiu grande esforço e dedicação, pois vieram morar no Brasil em busca de melhores condições de vida, já que a Europa passava por uma crise econômica no século 19”, destaca Nestor, que não deixa esquecer o trabalho da dona de casa, muito importante para as famílias.
Os ofícios trazidos por eles – ferreiro, sapateiro, marceneiro, carpinteiro, professor, lenhador, mestre cervejeiro, alfaiate, entre outros – foram determinantes para suprir as necessidades locais, bem como para impulsionar o comércio e a indústria em Santa Cruz do Sul.
Alyne Motta
Nestor Raschen: “Trabalho da dona de casa era fundamental para as famílias”
A união de esforços dos imigrantes como forma de vencer os desafios de desbravadores é marcada pela cooperação. “A ajuda entre os vizinhos era mútua, seja na colheita, no fabrico da linguiça, em construções e outras atividades. Todo este esforço fez as comunidades teuto-brasileiras prosperarem”, frisa Maria Luiza.
Esta união também foi fundamental para a formação das sociedades, que necessitavam cultivar amizades e costumes, bem como resgatar seus valores. Desta forma, nasceram várias sociedades de canto, de tiro, de lanceiros, de bolão, de leituras, onde o importante era a convivência e a troca de ideias e experiências.
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Ênio Wermuth: “Temática resgata uma parte importante da história dos imigrantes”
Já a religiosidade era um grande valor cultivado nas famílias imigrantes, que diariamente faziam suas orações e a leitura da Bíblia, bem como se reuniam nos fins de semana para rezar. “Nas horas difíceis, a fé em Deus fortalecia os imigrantes na nova terra”, completa ela.