Início Colunas 1993: o ano em que o Grêmio se reergueu

1993: o ano em que o Grêmio se reergueu

Desde 2010, o Grêmio não conquista um título. Obviamente, este jejum irá acabar e poderá ser em 2016. Todo grande clube passa por situações como esta. Nos anos 90, o Tricolor conquistou vários títulos, mas, no início daquela década, ocorreram dificuldades. Em 1990, o Grêmio foi hexacampeão gaúcho, mas, nos dois anos seguintes, nenhuma conquista. Em 1991, o primeiro rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Em 1993, o clube se esforçou intensamente para recuperar o espaço perdido. Fábio Koff, presidente no título mundial dez anos antes, reassumia o comando. Cacalo tornava-se vice-presidente de futebol. Diversas contratações foram feitas. E o técnico? O carioca Sérgio Cosme, vice-campeão da Copa do Brasil pelo Fluminense em 1992.

E, nessa mesma competição, em 1993, com Cosme no comando, o Grêmio foi vice-campeão na final contra o Cruzeiro. O que era um bom sinal. Porém, na fase decisiva do Gauchão, o Tricolor não arrancou bem e resolveu substituir Sérgio Cosme. O ex-zagueiro Cassiá Carpes, campeão gaúcho em 1977 pelo clube, foi chamado para ser o técnico. Por sinal, naquele título da década de 70, o Grêmio rompia com um jejum de oito temporadas sem títulos. Em 1977, aliás, o Tricolor dava início a sua mais bela e grandiosa história, consolidada no título mundial de 1983.
 

E, em 1993, o Grêmio dava início a novas páginas gloriosas. Com Cassiá, o time foi campeão gaúcho.  O destaque individual era o grande craque Dener, insinuante, driblador e desequilibrante. Dener faleceria em 1994 num acidente automobilístico, quando defendia o Vasco da Gama. Após o título gaúcho, Cassiá se desentendeu com a diretoria e saiu do Grêmio. Koff e Cacalo eram perfeitos para o Tricolor. Faltava o terceiro condimento, aquele que completaria a trindade de um time que se tornaria praticamente imbatível. O novo técnico era um italiano temperamental, às vezes bravo, às vezes bonachão, e como apontou Lauro Quadros certa vez, um líder.    
 

Em 1994, o tal italiano escalava um garoto da base  na lateral-esquerda, um rapaz que se tornaria, na posição, um dos melhores da história do clube – dando continuidade à tradição de grandes laterais-esquerdos do Grêmio, como por exemplo, Ortunho e Everaldo. Um time poderoso estava se formando, e o resto é uma história de vitórias inesquecíveis: o Grêmio voltaria a ser o melhor do Brasil, o melhor da América e, mais uma vez, protagonizaria uma partida histórica em Tóquio.
 

O tempo passou, as dificuldades mais uma vez se avizinharam, uma arena foi inaugurada com a esperança de um nova era de vitórias. Agora, cabe ao então jovem lateral-esquerdo dos anos 90 levar o Grêmio de volta ao caminho dos títulos, ao caminho… do Grêmio.

 

Nelson Treglia – interino