Lucca Herzog
[email protected]
2024 marcou definitivamente a história da imigração alemã, tanto no estado quanto em Santa Cruz do Sul. As comemorações do Bicentenário no Rio Grande do Sul marcaram o início do resgate do legado cultural dos alemães, e os 175 anos da chegada dos primeiros colonizadores em Santa Cruz foram celebrados durante o ano inteiro. A última quinta-feira, 19, marco da colonização alemã em Santa Cruz do Sul, foi o dia de encerrar as atividades oficiais da celebração. Com uma cerimônia de inauguração do novo Marco Municipal da Imigração, localizado na Praça da Bandeira, consagrou-se a vinda dos primeiros imigrantes que chegaram a Alte Pikade (Picada Velha), em Linha Santa Cruz, em 19 de dezembro de 1849.
Ao longo da programação de 2024, as subcomissões do marco histórico realizaram diversas atividades abordando o legado desses imigrantes, em áreas como a fé, educação, língua, turismo, esportes, arquitetura, gastronomia e folclore. O resgate cultural ocorreu em uma série de encontros com escolas, universidades, clubes sociais e esportivos, igrejas, associações culturais e comunidade. O presidente da Comissão Organizadora de Santa Cruz, Paulo Trinks, destacou eventos como a inauguração do Parque do Imigrante, os encontros de corais e as inserções do tema nas escolas.
“Em janeiro, demos a largada nos jogos do campeonato gaúcho, com atos de celebração dos 200 anos de imigração”, relembra Trinks. “Só em Linha Santa Cruz, tivemos a inauguração do Parque do Imigrante e do Bosque do Bicentenário, com grande participação da Afubra, Efasc, Unisc, Rotary, Amorlisc e das escolas. No último dia 14, tivemos um dos eventos mais importantes do ano, um encontro de corais com oito grupos, cada um cantando três canções em língua alemã. Tivemos também a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), na Catedral, e uma missa realizada com o idioma alemão, além de atividades teatrais realizadas em Rio Pardinho, Monte Alverne”.
Além dos contatos com representantes e autoridades da Alemanha, realizados ao longo do ano, fortalecendo os laços com o país europeu, Paulo Trinks ressaltou que o principal objetivo de toda a mobilização foi a de despertar a curiosidade da juventude, e garantir um futuro de intercâmbio cultural para as novas gerações. “Tivemos trabalhos em diversas atividades nas escolas, abordando a gastronomia, a história de alemães representativos, marcas e produtos alemães. Produzimos, junto com os alunos, um resgate da história de seus antepassados, com gincanas e com o concurso de redações, que gerou premiações e a produção de um livro, que será publicado em breve”.